O horror da bomba atômica, 80 anos depois, na voz de um sobrevivente
- Redação

- 31 de ago.
- 2 min de leitura

No dia 6 de agosto, a memória de um dos eventos mais devastadores da história ressurge com a marca de 80 anos desde que a bomba atômica foi lançada sobre Hiroshima. Para revisitar essa tragédia sob a perspectiva de quem a viveu, a editora Tinta-da-China Brasil publica "Flores de Verão", um romance de Tamiki Hara, sobrevivente da catástrofe. A obra é a primeira tradução para o português, do original japonês, feita por Jefferson José Teixeira.
O relato que virou clássico
Classificado pelo Nobel de Literatura Kenzaburo Oe como o melhor relato sobre o horror da explosão, o livro é um documento literário e histórico. Hara (1905-1951) narra em detalhes os momentos que antecedem, durante e depois da detonação: a vida da população em esforço de guerra, o clarão fatal que atingiu a tudo e a todos, e a árdua reconstrução dos que ficaram.
Salvo por estar no banheiro no momento da explosão, o autor descreve o cenário pós-apocalíptico que testemunhou: ruas, parques e rios tomados por vítimas em desespero. A obra, que hoje faz parte do currículo escolar japonês, traz ainda imagens históricas que mostram a cidade em ruínas, incluindo registros da Força Armada Americana e do Museu Memorial da Paz de Hiroshima.
"Flores de Verão" é dividido em três partes que conduzem o leitor pela cronologia da tragédia: "Prelúdio à destruição", sobre os meses que antecederam o ataque; "Flores de verão", o cerne do relato com as cenas de caos pós-explosão; e "A partir das ruínas", que descreve a vida e a morte dos que enfrentaram a radiação e a reconstrução. A edição brasileira ainda acrescentou "O país do meu mais sincero desejo", um texto reflexivo e poético que é considerado a carta de despedida do autor, que tirou a própria vida em 1951.
Tamiki Hara, a memória e a literatura
Nascido em Hiroshima em 1905, Tamiki Hara se tornou um dos nomes mais importantes da "Genbaku bungaku", ou literatura da bomba atômica. Sua obra "Flores de Verão", publicada em 1947, foi um dos textos inaugurais desse gênero e lhe rendeu o prêmio Mizukami Takitaro.
A importância de Hara transcendeu o Japão nos anos 60, com a divulgação no Ocidente da literatura sobre a bomba. Um monumento em sua memória foi erguido em Hiroshima e, anualmente, a data de sua morte, 13 de março, é celebrada por uma sociedade de leitores em sua homenagem.
A obra é um lembrete da importância de preservar a memória, transformando a dor em arte e a tragédia em um testemunho atemporal.
O Brasil Musical: Um Ativo Global Ainda Pouco Explorado
O Brasil tem uma das maiores biodiversidades sonoras do planeta. Do choro ao samba, do forró ao funk, do maracatu ao jazz brasileiro, nossa música encanta o mundo. Mas os mecanismos de proteção, distribuição e monetização ainda são frágeis.
É nesse contexto que a Cedro Rosa Digital faz diferença, ao oferecer certificação internacional, organização dos direitos autorais e acesso aos mercados globais, permitindo que compositores e produtores brasileiros sejam remunerados de forma justa, e que nossa música continue ecoando pelo mundo.


















Comentários