A Abóbora, a Faixa e a Poesia
- Jorge Cardozo

- 31 de mar.
- 1 min de leitura

Na famosa história infantil, a carruagem vira abóbora depois da meia noite, na certa para demonstrar a fragilidade do feitiço. No mundo nosso da atualidade, a abóbora vira carruagem que, ao tentar dar à ré rumo à um passado de supostas glórias, pode nos empurrar para um abismo de dimensões apocalípticas.
Queria poder não falar de Gaza, queria não chorar por Gaza. Queria que a Faixa de Gaza, além de um lar para 2 milhões de palestinos, fosse apenas um belo lugar para, quem sabe, conhecer algum dia, numa viagem ao Vale dos Reis ou à Jerusalém. Porém sou obrigado a falar. Porque quem, tendo voz, cala-se enquanto um genocídio acontece, torna-se cúmplice dele. Não dá para aceitar passivamente a sucessão de crimes que o governo de Netanyahu tem promovido contra as populações civis do território. E o mundo democrático a cada dia mais calado, como se fosse tudo normal. É isso mesmo?
A Poesia recoloca a questão humana no centro da cena. Sem chegar a competir com as atividades ditas práticas – trabalho, guerra, negócio, sexo, teoria – mas as atravessando e as criticando e ressignificando.
A Poesia é deste mundo. Porém aponta a possibilidade de muitos outros, a partir de diferentes alinhamentos, configurações e interpretações. Para isto, utiliza um potente instrumental simbólico construído a partir da palavra.
Braig Brothers, gente nova e talentosa, no estudio da Cedro Rosa, falando de audiovisual.
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