Das estrelas que apagaram em 2025,uma se foi sem realizar seu maior sonho
- Lais Amaral Jr

- 10 de set.
- 3 min de leitura

No meu texto na Criativos, no final de julho, falei que não aceito a morte. A morte e o envelhecer são coisas que não tolero. O texto abordava as mortes de Preta Gil e Ozzy Osbourne. Não demorou muito e o ‘Sambista Perfeito’, Arlindo Cruz, teve confirmada a sua morte anunciada. O apagar de estrelas do naipe dessas citadas, nos perturba muito. Elas nos ajudam a cultivar mais leveza, alegria e emoção em nossas vidas.
E 2025 vai ficar nos devendo, porque, além das reluzentes estrelas que se foram, o ano marca também a despedida de um time que contribuiu para a consolidação dos pilares formadores de gerações de cidadãos críticos, humanistas, solidários, conscientes, com mais estofo intelectual, cultural e político.
E lá se foram neste ano: o Papa Francisco, o fotógrafo Sebastião Salgado, o líder uruguaio Pepe Mujica, o humorista Jaguar, o cronista e etc, Luís Fernando Verissimo, o maior homem de Imprensa do país, Mino Carta e na última semana o brilhante cineasta documentarista, Sílvio Tendler. A gente até começa a torcer para que o ano termine logo.
- “Ôpa! sem pressa. Tem um julgamento aí que pode livrar a cara desse ano! Um chopps e dois pastel pra comemorar” -, seria a reação do Sig, o ratinho criado por Jaguar, símbolo do Pasquim, o jornal que usou o humor para ajudar a corroer a ditadura militar. Sebastião Salgado, por seu lado, exibiria uma foto em preto e branco desses dias desanimadores, mas revelando com seu clic humanista, o drama das questões ambientais e a empatia com os oprimidos, todos, vítimas também desses, que estão hoje no banco dos réus.
Lá do Sul do continente, um tal Francisco, que foi da arquidiocese de Buenos Aires à cadeira mais alta do Vaticano, e que testemunhou realidades cruéis como as que os julgados no Brasil, queriam fazer renascer em nossa pátria, não esconderia seu sorrido cativante ante o veredito próximo. E Pepe, seu vizinho uruguaio, que ficou preso em solitária por onze anos por combater a ditadura em seu país, reagiria feliz com a Justiça sendo feita, sem ódio, pois estava ciente que o ódio torna a todos, nada mais do que estúpidos.
Fico a imaginar que grande matéria de capa o honrado genovês, Mino Carta, Jornalista (com ‘J’ maiúsculo), estamparia sobre o resultado do julgamento em sua última grande criação, a Carta Capital. Ou que contundente documentário Silvio Tendler rodaria colocando o dedo na ferida, sobre as maquinações nazifascistas dos réus neste Sol de Primavera. Pena eles não estarem aí, para, ao menos, sentirem que a vida pode, sim, ter algum sentido.
Não que isso mude a minha forma de ver a morte ou, como a via o ilustre pensador, escritor, humorista, cartunista, tradutor, roteirista, dramaturgo, romancista e músico, por hobby, Luís Fernando Verissimo. Não. Veríssimo seu foi, frustrado. Nos últimos tempos ele chegou a admitir que morreria, sem ver concretizado o seu maior sonho, que era o de não morrer nunca. Uma pena. Abraço e um muitíssimo obrigado a essa turma maravilhosa!
PS: E o que foi aquele ‘7 de Setembro’ na Av. Paulista, minha gente!? Patriotas saudando uma bandeira gigante dos Estados Unidos! Saudades dos tempos que São Paulo era só o túmulo do Samba.
A Danca da Porta-Bandeira, de Evandro Lima e Lais Amaral Jr, repertório Cedro Rosa,
disponivel para trilhas sonoras.
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