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O escritor Jonatan Magella acaba de lançar mais um fundamental livro de contos

Jonatan Magella
Jonatan Magella

 

Jonatan Magella nasceu em 1990 em Paracambi/RJ. 

Tem formaçõesem história, dramaturgia, educação e psicanálise. Quando adolescente teve um bloge no começo da vida adulta publicou na imprensa online da Baixada Fluminense. 


Seus contos foram selecionados em coletâneas promovidas por Itaú Cultural, PUC/RIO, UFRJ, UFRR, UNIPAMPA, entre outros prêmios nacionais.

 

Publicou seis livros individuais, entre conto, peça teatral e novela. Em 2019, idealizou e cocriou o coletivo de contistas Aleatórios, sediado em Nova Iguaçu.


Em 2014, representou a Baixada Fluminense no Prêmio Contos RJ (Secec e Imprensa Oficial), que mapeou escritores contemporâneos do estado do Rio.  É um autor atento à movimentação da cultura literária. Este ano publicou seu livro mais recente, Vê se vai me visitar quando eu estiver ido embora, pela Editora Cambucá, um precioso conjunto de dez contos que abordam trauma, a impossibilidadede lembrar e a construção da memória.  Vale muito ler.


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JONATAN MAGELLA - Eram os anos 2000, quem escrevia fazia um blogspot pra postar seus textos e mostrar aos amigos. Eu fiz um pra mim. Fazendo uma construção a posteriori, acho que por eu não conseguir fazer faculdade presencial e viver uma época de desestruturação financeira e sofrimento psíquico, me voltei pra dentro, para as minhas fantasias, e me pus a escrever para encontrar algum alívio. Logo virei colunista de portais regionais como o ‘Baixada Fácil’ e ‘O melhor da Baixada’. E daí me encorajei a publicar um livro físico em 2015. Depois do alívio, teve também a busca de reconhecimento, de fazer meu próprio nome.


CRIATIVOS - A aprovação nas coletâneas em nível nacional, foram a confirmação de que nascera o escritor?

JONATAN MAGELLA - O paradoxo do Ocidente contemporâneo é que podemos ser o que quisermos, desde que sejamos reconhecidos por isso. A aprovação nas coletâneas significava que eu era escritor, afinal, alguém que não me conhecia havia lido meu texto e o escolheu, pela sua qualidade, não por uma relação privada comigo. Recordo que a primeira vez que isso ocorreu, eu chamei de "atestado de sanidade mental". Com o passar dos anos, o reconhecimento público passou a ser um prazer, mas deixou de ser uma busca desenfreada como no início da fase adulta.  


CRIATIVOS - Algum grande nome da literatura nacional ou estrangeira serviu de referência a você?

JONATAN MAGELLA - Em 2010, eu estava em frente ao polo onde fazia as provas da faculdade e vi uma mesa de botequim cheia de livros e um papel escrito: "leve o que for ler". Eu peguei, sem saber do que se tratavam, ‘Ensaio sobre a cegueira’, ‘A insustentável leveza do ser’, ‘Olhai os lírios do campo’ e ‘Recordações do escrivão Isaías Caminha’. Saramago, Veríssimo, Kundera e Barreto me causaram tanto desejo de escrever, que eu devo ter lido tudo deles. Essa deve ter sido a minha formação como ficcionista. Depois outros e outras vieram. Nos últimos tempos, ler Sérgio Sant’Anna me causou esse desejo de escrever, principalmente pelo caráter experimental de sua literatura.

 

CRIATIVOS - O que foi o coletivo Aleatórios?

JONATAN MAGELLA - Fundei o Aleatórios junto com Thiago Kuerques em 2019. A gente se reúne uma vez por mês na biblioteca Cial Britto, em Nova Iguaçu. Cada autor leva um conto de até uma lauda, sobre tema previamente combinado, e sem assinatura. Os contos são embaralhados, lidos e comentados sem que saibamos quem é o autor. Também votamos no nosso conto predileto e o texto mais votado tem seu autor revelado, que conta seu processo de escrita, passando a palavra ao segundo mais votado, até que todos falem. Com o tempo, mesmo sem assinatura, os ouvintes passam a identificar o autor pelo estilo. Isso pra mim foi um efeito incrível, porque me desafiou a tentar outros modos de escrever, novas formas. Grande parte do meu livro atual vem dessas experimentações. O Aleatórios segue existindo, com cinco coletâneas coletivas publicadas, um site/acervo pros escritores publicarem e uma loja virtual pros nossos próprios livros.  


CRIATIVOS - Você identifica alguma influência das suas formações profissionais na sua literatura?

JONATAN MAGELLA - Em relação às formações, não creio que influenciem, pois elas me trazem conhecimentos, enquanto a minha escrita vem daquilo que eu não sei. Mas percebo que, após anos de psicanálise, parte da angústia que ia pra literatura passou a ir pro discurso no divã. As repetições foram algo que logo me atentei: meus contos narravam basicamente a mesma história, com alguns disfarces. Um dos efeitos foi a cessação do que se repetia. Isso reduziu a produção e espaçou as publicações, mas o intervalo entre elas se tornou mais leve. Acho que a minha literatura passou a ser um recurso, em vez de uma obsessão diária.


CRIATIVOS - Fale sobre que quiser e não foi perguntado ou motivado pelas perguntas.

JONATAN MAGELLA - Agradeço pela leitura do livro e generosidade do convite à entrevista. Especialmente a você, que participou da geração Equipe nos anos 70 e 80, cuja produção de contos é referência pra mim.

Escute A Dança da Porta-Bandeira, de Evandro Lima e Lais Amaral Jr, repertório Cedro Rosa.


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