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O Legado que Fica: Temporada França-Brasil 2025 e o Futuro da Cooperação Tricontinental


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A Temporada França-Brasil 2025, realizada de agosto a dezembro no Brasil, foi muito além de um calendário comemorativo: funcionou como uma plataforma estratégica para celebrar 200 anos de relação diplomática e amizade entre os dois países.


Foram mais de 300 eventos em 16 cidades brasileiras, reunindo participantes da França, de seus territórios ultramarinos e de países africanos, com o objetivo claro de estreitar o diálogo e as relações entre os três continentes.


Organizados em 14 disciplinas, os eventos foram norteados por eixos temáticos essenciais para o século XXI: clima e transição ecológica; diversidade e relação com a África; e democracia e globalização justa. O grande fluxo de público demonstrou que a oportunidade de troca entre as nações é positiva e pode, de fato, ser continuada nos próximos anos pelos responsáveis dos projetos, consolidando um legado de cooperação duradoura.


Destaques Culturais e Temáticos

Durante os cinco meses, diversas mostras e encontros importantes se espalharam pelo país.

No campo da diversidade e da relação com a África, o pensamento de Édouard Glissant, poeta martinicano e norteador da Temporada, foi celebrado em “A Terra, O Fogo, A Água e os Ventos – Por um Museu da Errância com Édouard Glissant”, no Instituto Tomie Ohtake, que dialogou com mais de 30 artistas contemporâneos das Américas, Caribe, África, Europa e Ásia.


Outras exposições importantes reforçaram o foco afrocentrado:

  • “O Poder de Minhas Mãos”, no Sesc Pompeia, com 25 mulheres artistas africanas e afrodescendentes.

  • “Memória – Relatos de Uma Outro História”, em Salvador, no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira, questionando narrativas históricas.

  • “O Avesso do Tempo”, no Museu da Arte Moderna da Bahia, com o franco-beninense Roméo Mivekannin, que revisita e reinscreve a presença negra em imagens clássicas da história da arte.


No eixo da ecologia, a mostra “Clima: O Novo Anormal” confrontou a emergência climática em Brasília (Sesi Lab) e Belém (Centro Cultural Banco da Amazônia). As relações históricas foram abordadas em “França-Brasil: 200 anos de relações políticas e poéticas”, na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.


A área literária teve forte impacto na FLUP - Festa Literária das Periferias, que recebeu 40 autores e músicos franceses, caribenhos e africanos, incluindo nomes de peso como Patrick Chamoiseau e Maboula Soumahoro.


As artes cênicas e audiovisuais também marcaram presença: a ópera barroca Les Indes Galantes (1735) ganhou uma releitura decolonial e contemporânea no Theatro Municipal de São Paulo, sob a direção de Bintou Dembélé. Já o Festival de Cinema do Rio promoveu intercâmbios profissionais e de formação, como o restauro da obra de Alberto Cavalcanti e o programa Escolas e o Cinema.


Extrapolando o Calendário: A Continuidade

Conforme a comissária Anne Louyot, a Temporada não se resumiu à soma de eventos, mas sim em abrir novas oportunidades de parceria e cooperação. Essa visão se manifesta na projeção de ações contínuas que devem se desdobrar nos próximos anos.

Projetos que focam em desafios globais e interconexão já têm continuidade garantida ou planejada:


  1. Cooperação Amazônica: O Fórum Conexões Amazônicas, que reuniu cientistas da França, Brasil e Guiana Francesa no Museu Goeldi para discutir biodiversidade, já tem uma segunda edição confirmada para 2026. A Orquestra Jovem Ecos da Amazônia, formada por jovens musicistas da região e da Guiana Francesa, também teve sua longevidade assegurada por meio de um acordo no Theatro da Paz.

  2. Juventude e Diálogo: O Fórum Nosso Futuro, que conectou jovens ativistas brasileiros, franceses e africanos, pode ganhar uma edição no Benim, por iniciativa da curadora Lylly Houngnihin, ampliando o alcance do diálogo para o continente africano.

  3. Democracia: O Fórum Convergências França-Brasil, Juventude e Democracia projeta sua expansão com uma possível edição francesa no segundo semestre do ano que vem.


Esses desdobramentos indicam que a Temporada França-Brasil 2025 não é um ponto final, mas um alicerce para uma agenda de cooperação multilateral mais robusta e focada em temas cruciais como o clima e a diversidade. A articulação entre os presidentes Emmanuel Macron e Luiz Inácio Lula da Silva, que decidiram pela organização da Temporada em junho de 2023, parece ter cumprido seu objetivo de impulsionar a cooperação bilateral, garantindo que o diálogo prossiga.


O balanço final, com a estimativa de público, será divulgado em março de 2026.

Gostaria de explorar mais a fundo algum dos eventos ou temas de continuidade, como o Fórum Conexões Amazônicas?

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