O quase admirável mundo novo
- Lais Amaral Jr

- 23 de abr.
- 3 min de leitura

Semana passada uma notícia fez o mundo científico saracotear e fervilhar de excitação. Detectaram a possibilidade de existir vida num planeta fora do sistema solar. Logo ali. Distante a mixaria de 120 anos luz. Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, descobriram, usando o super telescópio James Webb, sinais da possibilidade de vida fora do sistema solar, em forma microbiana. Encontraram na atmosfera do planeta K2-18b, vestígios de gases, que na Terra são gerados por organismos vivos, mais precisamente, por microrganismos marinhos.
E mais: o planeta fica na ‘zona habitável’, a uma distância lá do Sol deles, que permite a existência de água em estado líquido. E como o tal K2-18b tem mais que o dobro do diâmetro do nosso planeta, podemos tentar imaginar a imensidão dos oceanos de lá. Muita água, que é a fonte da vida. Seria, este sim, o verdadeiro ‘Planeta Água’, meu caro Guilherme Arantes. Mas ainda, é vida em estágio microbiana. Até se tornarem bípedes e pensantes, vai levar tempo.
A notícia me fez lembrar de um diálogo captado no espaço sideral pelo Hallucinatory Laboratory of Sensory Unrealities - HLSU (em português: Laboratório Alucinado de Irrealidades Sensoriais – LAIS). Sinais, parecidos com os de rádio, que foram traduzidos em Harvard. Eis o diálogo:
Ser 1 – “Me apresente um relatório sobre a situação na Zona Y do universo, no sistema daquela estrela amarela de quinta grandeza”.
Ser 2 – “Bem, chefe, fazendo um histórico resumido, o relatório diz que a semeadura que fizemos naquele planeta azul, e que frutificou chegando a gerar aqueles seres enormes que dominaram o corpo celeste por algum tempo, até que...”
Ser 1 – “Sei, sei. Foi quando decidimos exterminar a tal espécie, simulando a queda de um meteoro”.
Ser 2 – “Isso, disparamos um míssil de porte intermediário e provocamos uma pausa na evolução, e os seres agigantados desapareceram”.
Ser 1- “Sim, sim, e a evolução continuou e muito tempo surgiu uma curiosa espécie de bípedes. Resuma, não temos muito tempo”.
Ser 2 – “Certo, chefe. No início se parecia muito com os outros animais que serviram de ingredientes em nossas experiencias genéticas. Depois, por conta própria, foram assumindo um comportamento autônomo. Passaram a tratar as forças naturais como se elas fossem algo superior. Que chamavam de Zeuses, ou coisa parecida. Tempos depois veio o descontrole. Não mais adoravam a natureza e foram se matando, não por uma questão de sobrevivência. Algo inexplicável ainda. Foram se entre comendo. Ameaçando a própria espécie”.
Ser 1 – “O tal descontrole, lembro bem”.
Ser 2 – “Então. Na parte final do relatório, vem o resultado da análise feita por nossos cientistas em indivíduos que abduzimos. A conclusão é que a evolução não caminhou de forma integral e em algum momento, estacionou. Os cérebros desses seres continuam como eram no estágio microbiano. Muitos agem como micróbios, ainda. Até o atual líder deles, olha a foto dele, chefe. O brancão, com cabelo meio amarelo, meio esbranquiçado. Cara de brabo. Chamam ele de Tramp, ou algo assim”.
Ser 1 – “Já basta. Não vai ter jeito. Mande ordens para o setor de limpeza agir imediatamente. A experiencia fracassou outra vez. Diga que mandem agora um asteroide. Essa espécie precisa de uma bordoada maior. E vá rapidinho, pois temos que ver como estão as experiências em outras partes do universo”.
Ser 2 – “Certo chefe, um míssil de grande porte. Acabar com tudo”.
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O certo que aqueles seres estranhos que nos monitoram de alguma parte do espaço, erraram feio. Não detectaram uma boa quantidade de representantes dignos da evolução da espécie.
Dois deles, lamentavelmente acabam de nos deixar. Estão agora num plano mais seguro e elevado: o Papa Francisco e a chefia Cristina Buarque de Holanda. Dois digníssimos seres humanos evoluidíssimos. E o pior é que o poderoso James Webb já localizou o míssil, quer dizer, o asteroide, que está a caminho.
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