Santos Ganha Ponto de Cultura Indígena no Quebra-Mar com Evento Focado em Ancestralidade e Ecologia

Redação
há 2 dias
3 min de leitura

Santos celebra a inauguração de um novo e significativo espaço: o Ponto de Cultura Indígena e Ambiental, instalado no Quebra-mar. A abertura oficial, marcada para o dia 17 de dezembro, promete uma programação intensa e gratuita, unindo a sabedoria milenar dos povos originários com a causa urgente da preservação ambiental.

O coração deste Ponto de Cultura é o Observatório Indígena “Caminho do Céu”. Esta instalação ancestral, visível no Quebra-mar, materializa a profunda e sagrada relação que os povos originários do Brasil mantêm com o céu e a terra.

O evento é fruto de uma parceria entre o Instituto EcoFaxina e a Prefeitura de Santos, estabelecendo uma data que pretende se consolidar como um encontro anual de cultura indígena e consciência ecológica.

Jornada de Cultura e Cuidado Ambiental

A programação do dia é desenhada para engajar o público em uma experiência de imersão e ação.

Logo pela manhã, às 9h, o Instituto EcoFaxina promove uma Ação Voluntária de Limpeza no entorno do Quebra-mar. A iniciativa, aberta ao público, é um convite direto à prática da educação ambiental, destacando o impacto do resíduo urbano em nossos ecossistemas costeiros.

Às 12h30, acontece a Roda de Conversa “Teko Porã - Permanências indígenas e preservação da vida”. O encontro irá fomentar o diálogo sobre a cosmovisão indígena, o meio ambiente e as vivências de indígenas que residem tanto em aldeias quanto no contexto urbano.

A mediação será feita por Jandé Potyguara, multi-artista indígena e idealizador do observatório, e Juá Jacarandá, educadora popular. A conversa terá a presença de líderes importantes como o cacique Awa Tenondegua (Aldeia Tapirema), a professora Guaciane Gomes e a jornalista e pesquisadora Catharina Apolinário.

Na parte da tarde, a partir das 14h30, o público será agraciado com Manifestações Culturais Indígenas, incluindo a performance do multi-artista Wescritor (poeta e rapper), apresentação de coral, dança ancestral contemporânea com Jandé Potyguara e grafismo indígena.

Para William Schepis, biólogo marinho e presidente do Instituto EcoFaxina, a união entre o conhecimento ancestral e a valorização da natureza é vital. “A Integração da ação voluntária EcoFaxina à programação reforça a urgência de restaurarmos nossa relação com a natureza, unindo o cuidado com o território ao respeito pelos ciclos da vida”, pontua Schepis.

O Olhar Ancestral no Quebra-Mar

O Observatório “Caminhos do Céu” foi idealizado por Jandé Potyguara com o objetivo de promover uma imersão na astronomia indígena, que historicamente servia para definir épocas de plantio, caça e orientação, sendo um verdadeiro marcador de espaço-tempo.

"O observatório atual é uma reconstrução contemporânea desse conhecimento ancestral, feita com pedras dispostas de forma a indicar direções e momentos do tempo e do céu. É um espaço vivo de espiritualidade, de conexão entre o céu, a terra e as pessoas”, explica Jandé, indígena Potiguara.

O projeto foi viabilizado por meio de recursos de emendas parlamentares das vereadoras Débora Camilo e Audrey Kleys.