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SEM MEDO NEM ESPERANÇA

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Sou muito tolo me queixo demasiado da segunda tentativa errada reclamo solto os monstros palavra chula por palavra chula e as espalho pela casa tenho medo à beça tenho esperança a dar na lata droga danada entorpecente da alma gostaria de não tê-los nem medo nem esperança e pressentir o futuro menos denso tudo o que fiz fui pouco feliz poemas intermináveis rimas frequentes e repetidas o que está por vir nunca veio e estará melhor do que ontem me entrego às imagens do espelho do quarto em cima da mesa cotovelos puídos costas costuradas pés feito dormentes mãos feito riachos ruim é ver-se assim de fora de mim quando o espírito atordoado ronda a alvenaria do quarto abafado do ventilador repetitivo leva e traz a neblina na gravidez das alfaias amareladas sobre a cama enrugadamente inquieta o fedor do cigarro os olhos rápidos fechados abertos abertos fechados quase um cadáver revivido entre as luzes dos raios e as sombras da praça vazia em meio aos vidros granulados da poeira nos achados e perdidos do mapa clandestino da existência eu deveria morrer tantas mortes e deveria viver tantas vidas e nunca mais me queixaria e nunca mais...


(inspirado e baseado em canção homônima de Antonio Cicero e Arthur Nogueira)

 

Coisa rara autualmente:

"Música de Qualidade na Cedro Rosa (Independente e Certificada)



 

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