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HORA DE PARTIR

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Hoje cedo pintei o cabelo mais uma vez. De branco. Daqui a um mês chega a minha bengala de castanheira feita sob encomenda por um mestre na arte de trabalhar a madeira e colocar detalhes em prata e outros metais.


Já tenho andado mais devagar e com maior atenção. Se bem que às vezes esqueço e me desloco com a desenvoltura de um jovem. Preciso tomar mais cuidado. Afinal todos os meus amigos e conhecidos estão apresentando sinais de idade avançada. Não tarda que comecem a estranhar a minha boa forma.


Outro dia mesmo, o Miguel Turco, que trabalhou comigo uns anos atrás, comentou: Seu Jorge, o senhor está bem demais, nem parece que o tempo passou. Eu me alimento bem e faço ioga – respondi, sabendo que em algum momento essas desculpas não vão mais convencer ninguém. Já vivi essa situação muitas e muitas vezes. Sei todo o roteiro: as pessoas começam a comentar entre si, a admiração vira desconfiança, a amizade fica contaminada pela inveja. E, no limite, alguém acaba me denunciando ao dublê de ditador da ocasião – e sempre os há, em todas as épocas e nos mais diversos locais. Seja uma autoridade policial, militar ou mesmo religiosa.


Certa vez, numa vila no interior do Chile, onde eu vivia tão bem e tão em paz que baixei a guarda, um grupo de conhecidos me denunciou ao médico local. Ele me convocou para uma consulta e queria me levar para fazer exames no hospital da capital da província. Claro que eu desapareci, deixando tudo para trás, com exceção de uma maleta com alguns itens de riqueza facilmente negociáveis. Anos mais tarde eu soube que este episódio ficaria conhecido como “O Estranho Caso do Homem que não Envelhecia”, tendo rendido uma série de reportagens no Correio da Serra, jornal mais influente da região e até mesmo um livro, muito mal escrito por sinal.


A verdade é que uma vida muito longa tem lá os seus percalços. Quando as pessoas se desejam “saúde e vida longa”, não sei se sabem exatamente o que isso significa. Eu, vivendo com saúde há um longuíssimo tempo, que o diga. Em suas vidas relativamente curtas, os seres humanos comuns talvez não tenham a oportunidade de ver tantas tragédias quanto nós, os extremamente longevos. Tampouco de sofrer tantas perdas. Pessoas que adoecem e morrem, amizades que se derretem no calor das mudanças inexoráveis do mundo, amores eternos que murcham e ressecam na trilha cansativa dos sucessivos acontecimentos cotidianos, os deslocamentos forçados, a ruína das cidades e das civilizações...


O maior inimigo da longevidade saudável acredito ser o apego. Apegar-se faz com que o indivíduo negue a transitoriedade das coisas e dos seres. Sofrimento é a consequência inevitável. Ao contrário, o desapego liberta. A solidão fortalece. Mas a que preço!


Ao longo de séculos, não encontrei motivos para me tornar cínico. Porém não posso negar uma certa decepção com o desempenho e o desenvolvimento da humanidade. Como disse o mais recente Dalai-lama, “vivem como se não fossem morrer, morrem como se não tivessem vivido”.

Diante de tanta dor alguns de nós tornaram-se eremitas. Refugiaram-se em cavernas ou montanhas, em lugares ermos, na companhia de morcegos, lobos ou ursos. Essas escolhas deram origem às lendas dos vampiros e lobisomens, como se fossemos uma espécie diferente, um misto de homem e animal com poderes sobrenaturais. Nada disso. Nem imortais somos.


Apenas tivemos mais tempo, sabe-se lá por qual motivo, de aprender a nos defender melhor, a não nos expor tanto à sanha assassina dos criminosos de qualquer tipo – e são muitos. Apenas alcançamos a possibilidade de desacreditar desse tal progresso permanente e de nos afastar do burburinho sem fim e sem sentido.


A Música como Vetor de Progresso e Oportunidades


A música, em sua essência, é uma linguagem universal capaz de transcender barreiras. No contexto do desenvolvimento e geração de emprego, ela se revela uma ferramenta poderosa. O setor musical gera um vasto leque de oportunidades, desde a criação e produção artística até a gravação, distribuição, marketing, shows e eventos. Além disso, a música tem um impacto significativo no turismo cultural, atraindo pessoas para festivais, casas de show e destinos que celebram a diversidade musical. Ao investir na cadeia produtiva da música, estamos fomentando a inovação tecnológica, o empreendedorismo e o surgimento de novos talentos.


A atuação da Cedro Rosa Digital nesse campo


A Cedro Rosa Digital tem um papel fundamental na profissionalização e monetização da música. Sua plataforma oferece aos músicos a capacidade de gerenciar seus direitos autorais, distribuir suas músicas para as principais plataformas digitais e receber pagamentos de forma transparente e eficiente. Ao simplificar esses processos, a Cedro Rosa Digital empodera os artistas, permitindo que se concentrem na criação e na construção de suas carreiras, o que, por sua vez, gera mais empregos e movimenta a economia do setor.

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